18/09/2012

La Peau de l’Ours

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zidrou (argumento)
Oriol (desenho)
Dargaud (França, Julho de 2012)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
14,99 €
 
 
 
Resumo
Diariamente, o jovem Amadeo monta na sua bicicleta, resiste aos descarados avanços de Silvana e sobe até à casa do velho Dom Palermo, para lhe ler e ajudá-lo a banhar-se…
Até que um dia, o idoso lhe começa a contar a sua infância como amestrador de ursos num circo, o encontro com um sanguinário chefe mafioso, a descoberta do amor da sua vida…
Uma história terna mas violenta, em que paixão e vingança se confundem. 
 
Desenvolvimento
Se o tema da vingança em meio mafioso já foi por demais explorado – na BD, na literatura, no cinema… - Zidrou e Oriol conseguiram dar-lhe mais uma (nova) roupagem. Para isso, combinaram a violência (geralmente) inerente ao tema com um pouco de sexo, amor, paixão e cobardia.
Nada de novo, mais uma vez; difere apenas a sensibilidade (!), a ternura (!) e a crueza que lhes serviram de argamassa, dando assim origem a um relato não isento de um toque de inesperado – no rumo que a partir de certo momento toma ou no final apresentado… - bem construído, com a repetição da cena inicial – a ida de Amadeo a casa de Dom Palermo – a servir para aguçar a curiosidade e prender o leitor.
Depois, o relato assume o seu ritmo de cruzeiro – sempre pausado – com o passado e o presente a interligarem-se, com tempo para o leitor o degustar, guiado pelo traço ágil, anguloso e expressivo e a bela utilização da cor, quase sempre tons quentes que acentuam a paixão e os ódios presentes ao longo das pranchas.
Um relato em que a tal “pele de urso” desempenha revela um importante significado e no qual a violência indiscriminada, o sangue que jorra, a linguagem rude, os diálogos crus, a banalização da morte e as diversas faces da cobardia contribuem para um retrato sombrio da alma humana, ao mesmo tempo que fazem sobressair a história - as histórias - de amor que são, afinal, o centro deste livro. 
 
A reter
- O tratamento original dado a um tema batido, com a violência e o lado sórdido a servirem para realçar a ternura e o amor que dominam a história.
- O traço de Oriol, que de início pode causar alguma estranheza mas cujo lado semi-caricatural acentua o tom algo trágico da narrativa.
 
 

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